Encontro “Vamos Pensar o Território” encerrou programa comemorativo do 45.º aniversário do IPS
Mais de 30 parceiros juntam-se ao Politécnico de Setúbal (IPS) no arranque da plataforma Dinamiza, uma interface digital ontem oficialmente lançada como forma de reforçar a cooperação entre o Ensino Superior, o poder local e o tecido empresarial, social e cultural da Península de Setúbal e do Litoral Alentejano.
A assinatura da respetiva carta de compromisso decorreu no âmbito da iniciativa “Vamos Pensar o Território”, firmando o propósito da criação de um ecossistema de colaboração entre os vários agentes de desenvolvimento da região, assente na cocriação de soluções para os desafios mais prementes, da investigação à sustentabilidade, passando pela inovação e pelo desenvolvimento empresarial.
Neste encontro, que mobilizou cerca de 80 participantes, foram dinamizadas cinco sessões temáticas paralelas, em dinâmica focus group, onde foi possível criar um espaço de auscultação e diálogo entre os parceiros, através da partilha de desafios, ideias e visões para as áreas estratégicas da Cultura, Economia, Saúde, Educação e a Tecnologia.
Com esta iniciativa, o IPS encerra simbolicamente o programa comemorativo do seu 45.º aniversário. “O Politécnico de Setúbal não se constrói isolado. O nosso crescimento, a nossa relevância e a nossa capacidade de inovar dependem diretamente da forma como nos ligamos ao que nos rodeia – e isso significa trabalhar com os nossos parceiros, com quem está no terreno”, sublinhou na ocasião a presidente da instituição, Ângela Lemos.
A responsável realçou também a missão do Ensino Superior Politécnico e do IPS em particular, lembrando o propósito da recém-lançada plataforma Dinamiza: “Está no nosso ADN esta missão de intervenção ativa no território, aproximando o Ensino Superior da realidade concreta das empresas, das autarquias, das organizações e da população. Cada projeto, cada ideia, ganha força quando nasce do trabalho em rede, da escuta ativa e da colaboração. E esta plataforma é exatamente isso: uma ferramenta para ativar, ligar e transformar”.
Para um olhar mais amplo e distanciado sobre o território, o IPS contou igualmente com o contributo de Manuel Laranja (na foto), docente do ISEG – Lisbon School of Economics & Management, numa intervenção sobre “políticas de especialização inteligente” que identificou a plataforma Dinamiza com “um bom ponto de partida para juntar os atores deste território num processo verdadeiramente participativo”.
Segundo o investigador, a região – tal como o país – não tem carecido de apoios financeiros europeus a projetos na área da Investigação, Desenvolvimento e Inovação; o que tem é faltado uma aposta estratégica na chamada “inovação transformativa”. “Temos volume de inovação, mas não temos inovação com verdadeiro impacto socioeconómico”, alertou, desafiando os presentes a “juntar esforços numa missão regional específica, que possa traduzir os grandes desafios europeus, como as transições digital, ecológica e social, para a realidade concreta do território”.
“Os projetos isolados, por muito grandes que sejam, não causam mudanças socioeconómicas. É necessária muita cooperação e há muito trabalho a fazer na plataforma Dinamiza para arriscar e fazer diferente, acrescentando valor àquilo que já se faz bem na região”, rematou.
O evento “Vamos Pensar o Território” encerrou com uma mostra de produtos regionais disponibilizados pelos diferentes parceiros.